No livro Repressão estatal e discurso: a legitimação da letalidade policial em Curitiba (2017-2018), após a análise de diversos processos judiciais que arquivaram os inquéritos sobre homicídios praticados por policiais, o autor aborda como o discurso sobre essas mortes, desde o momento da ação letal, é minuciosamente construído pela polícia para justificar juridicamente a respectiva ação e resultar em arquivamento da investigação e, consequentemente, não responsabilização do Estado. Contudo, ao interpretar esse fenômeno, o autor situa a letalidade policial dentro de uma política de repressão do Estado capitalista, entendendo esse fenômeno como uma necessidade estatal para garantir os interesses da classe dominante, a burguesia, e contribuindo para a regularização da sociabilidade burguesa. Por tais motivos, com base na teoria marxista, esta obra traz uma perspectiva crítica sobre a letalidade policial, compreendendo-a na sociedade capitalista contemporânea.