Era uma vez um rei carrancudo que governava um povo não muito inteligente. Um dia, sabe-se lá por que, alguém lançou uma moda algo impertinente: a de que era elegante terminar cada frase, por mais banal que fosse, com um ponto de interrogação. E eis que o pobre soberano mal se levantava com o habitual e desculpável mau humor matutino de cada dia, era logo interpelado por um mar de indagações: "Vossa majestade prefere sair da cama com um par de pantufas ou com dois chinelos de solas fofas e gorduchas?", "Chicória ou escarola?", "Bananada ou mariola?", "Mandioca ou macaxeira?", "Criado-mudo ou mesa de cabeceira?", "Assim por diante ou et cetera e tal?"... Essa enxurrada cotidiana e exaustiva de redundância era rebatida com uma única e mesma resposta, sempre à mão: "tanto-faz-como-tanto-fez". Mas eis que certo dia, a comitiva real, cansada das respostas atravessadas e lacônicas de seu soberano, resolveu conceder um prêmio àquele que fizesse do rei "um homem falante e um tantinho mais cortez...".Era uma vez um rei carrancudo que governava um povo não muito inteligente. Um dia, sabe-se lá por que, alguém lançou uma moda algo impertinente a de que era elegante terminar cada frase, por mais banal que fosse, com um ponto de interrogação. E eis que o pobre soberano mal se levantava com o habitual e desculpável mau humor matutino de cada dia, era logo interpelado por um mar de indagações Vossa majestade prefere sair da cama com um par de pantufas ou com dois chinelos de solas fofas e gorduchas? , Chicória ou escarola? , Bananada ou mariola? , Mandioca ou macaxeira? , Criado-mudo ou mesa de cabeceira? , Assim por diante ou et cetera e tal? ... Essa enxurrada cotidiana e exaustiva de redundância era rebatida com uma única e mesma resposta, sempre à mão tanto-faz-como-tanto-fez . Mas eis que certo dia, a comitiva real, cansada das respostas atravessadas e lacônicas de seu soberano, resolveu conceder um prêmio àquele que fizesse do rei um homem falante e um tantinho mais cortez.