Niétotchka Niezvânova (1849) é um romance único dentro da obra de Dostoiévski e inovador em sua época por prenunciar alumas descobertas da psicanálise. Como observou André Gide, o autor russo buscava mostrar a gênese dos sentimentos no momento da eclosão de seus aspectos mais contraditórios. O projeto inicial de Dostoiévski era escrever um grande romance que descrevesse a evolução de uma personagem desde a infância até a maturidade. Contudo, após dez anos de prisão na Sibéria, o autor acabou antecipando a finalização da obra. Niétotchka representa o drama ético da adolescência: a ambigüidade de sentimentos em relação aos pais, o desamparo, as escolhas afetivas que definirão seu destino e a sublimação dos desejos impossíveis. Nesta tradução direta do russo, acompanhada de posfácio, toda a exuberância dostoievskiano está preservada pelo rigoroso trabalho de Boris Schnaidermam Este romance singular na obra de Dostoievski antecipa importantes descobertas da psicanalise, ao representar o drama do amadurecimento de uma menina - a infancia miseravel, dividida entre as figuras do pai e da mae, a adolescencia no seio de uma familia aristocratica e seu afeto apaixonado por outra adolescente. A traducao de Boris Schnaiderman, direta do original russo, preserva toda a exuberancia do universo dostoievskiano.