A mencionada densidade jurídica do livro se evidencia desde o início, não só pela rica bibliografia, mas, notadamente, ao optar o autor pela análise funcionalizada do Direito, evitando a tentação, sempre mais fácil, do conceitualismo. Poucos comercialistas se deram conta de que, se existe uma solução para as agruras do processo falimentar, esta se posiciona na superação do estruturalismo, o qual se satisfaz e se perde em frias hipóteses conceituais, pela funcionalização, que apresenta respostas conectadas à realidade do caso concreto. Neste sentido, registra-se a importância desta obra, que busca traçar uma análise tópica de falência, matéria, via de regra, mal versada nas Faculdades de Direito, justamente porque a teoria nem sempre reflete a prática do processo falimentar. Algumas matérias jurídicas têm o estigma de serem belas na teoria, mas decadentes na prática. No meu entender, a matéria que melhor representa a fratura entre a teoria e a prática é, justamente, o Direito de Falências; razão pela qual, escrever um livro de Fundamentos do Direito Falimentar, que leva em conta a Doutrina, Jurisprudência e Legislação, encontra real sentido na ordem das coisas. [...] O livro se baseia em princípios fundamentais do Direito Falimentar (daí seu título), sem deixar de localizar, na Constituição de 1988, o valor da dignidade da pessoa humana, como pressuposto teórico dos princípios que desfila na seqüência [...]. Esta obra preenche um espaço legado pelo conceitualismo e abstração, sendo virtuoso em conectar a teoria à prática. É livro indispensável para todos aqueles que estudam e militam na área do Direito Falimentar. Paulo Nalin. Advogado. Professor de Direito Civil PUCPR. Mestre em Direito Privado pela UFPR. Doutor em Direito das Relações Socias pela UFPR.