Viver é deslocar-se, porquanto a vida é expansão. Pelo tempo e espaço, crescemos em altura, avançamos em idade e, quiçá!, ampliamos a consciência. O mundo, então, agiganta-se, mas ainda cabe na palma da nossa mão, porque bem maior é o universo que há em nós. Viver no mundo nos exige esforços para sobreviver a si e aos outros. Encontrar o caminho. Encontrar-se no caminho. Ser a caminhada que almeja o pouso, a chegada; um lugar. E no mundo, ser mais do que estar. Do universo perene de desejos, sonhos e possibilidades que somos nós, seguimos construindo e desfazendo realidades. A nossa e a dos outros. Viajamos, perseguindo horizontes! Por terra, pelo ar, pelas ideias e ideais, seguimos. E viver se torna transitório. Enquanto, em nós, pulsa o desejo de ser constante, de viver o equilíbrio, a harmonia e a paz. Daí, fugimos da guerra dos homens, das dores da alma e emigramos, porque quem vai embora também quer chegar. Cristina Fontenele viajou, expandiu-se.