O livro trata da imigração espanhola para a cidade de Porto Alegre entre as décadas de 1940 a 1970. O golpe militar de Francisco Franco (1936-1939) iniciou uma cruel guerra civil e um duro governo ditatorial no país, que se estendeu até a década de 1980. Em Porto Alegre, a comunidade espanhola se dividiu, reproduzindo os embates políticos de seu país de origem, cada qual convivendo em sede social própria: a Sociedade Espanhola de Socorros Mútuos, republicana e a Casa de Espanha, franquista. O livro problematiza essa situação a partir das entrevistas realizadas com treze espanhóis, reconstrói suas trajetórias e tenta compreender como essa divisão afetou a comunidade espanhola de Porto Alegre. Consideram-se, ademais, o uso político da memória feito pelo governo espanhol, a formação dos lugares de memória dos espanhóis em Porto Alegre e o local da produção de seus discursos.