Esta obra, intitulada No rendilhado do cotidiano: a família dos libertos e seus descendentes em Minas Gerais (c.1770 c.1850), tem como objetivo analisar a constituição da família e as redes sociais dos libertos no transcorrer do século XVIII até meados do século XIX, tendo como recorte espacial três principais freguesias da Comarca do Rio das Mortes, Minas Geras. O conceito de família mobilizado é o que mescla a unidade familiar enquanto unidade produtiva sintetizada pelo conceito das ganze Haus e as relações tecidas para além dos laços consanguíneos e dos imperativos da procriação estabelecidos pelos laços de matrimônio, pelo concubinato, pelas redes de compadrio e de amizade. A família é formada no âmbito do cativeiro, pautou-se em relações estáveis e constituiu-se em estratégia de distinção social no âmbito do sistema escravista, paralela à obtenção de bens materiais e da liberdade. Assim, os libertos constituíram famílias e urdiram as mais diversas teias sociais, quer como [...]