O livro Cinema Doméstico Brasileiro (1920-1965) desenvolveu-se em duas vertentes, tendo como foco de estudo um corpus constituído por filmes caseiros produzidos por cinco famílias. Na primeira vertente, a autora se debruça sobre a origem e o desenvolvimento da prática do cinema doméstico a partir dos anos 1920, no Brasil. Para este estudo, baseia-se na análise das disputas comerciais que marcaram a entrada no mercado dos equipamentos voltados exclusivamente para uso caseiro; nas publicações dos anos 1920 e 1930 dirigidas ao público amador e na recuperação do contexto de produção das imagens que formam o corpus. Na segunda vertente, acompanha o percurso migratório dos filmes domésticos, seu ingresso nas cinematecas e sua retomada em documentários contemporâneos. Interroga as estratégias empregadas na incorporação de registros familiares em centros de preservação de documentos audiovisuais e os diferentes gestos de reapropriação e ressignificação por parte de artistas que os retomaram em suas obras.