Conheci a casa de Guimarães Rosa em 2011 em Cordisburgo, passeio feito em grupos. Visitamos vários lugares por onde ele passou, parou e viveu. Na sua antiga casa, na mesa de trabalho me impressionou um boi feito em metal, cobre pintado de preto. Uma linda peça, um boi na mesa de um diplomata. Esta sensibilidade poética não me saiu da memória. Seu romance me fez ver a mulher no lugar de luta, do enfrentamento de adversidades daquele cotidiano e ao mesmo tempo o sofrimento decorrente da negação de si mesma. As mulheres estão desbravando corajosamente campos de trabalho e educação, atuando e lutando contra a violência e a discriminação. As lutas seculares e conquistas das mulheres mais evidenciadas nas últimas duas décadas podem fazer supor que alcançamos um patamar razoável de desenvolvimento da sociedade brasileira. Entretanto, muitas mulheres estão ocultadas. Elas ainda não vislumbram caminhos para conhecer seus desejos e possibilidades. Não tem o apoio social necessário para sua realização. A importância da cultura na formação mental das pessoas é base de teorias psicológicas. Entretanto, a sociedade brasileira e nossa cultura ainda trata de forma desigual os cidadãos e as cidadãs. Que caminhos poderemos seguir? A diversidade de opções de trabalho, pesquisa e atividades que estamos assumindo tem delineado respostas a estas e várias questões. Contudo, a educação, o aprendizado constante e a leitura são instrumentos indispensáveis ao desenvolvimento da mulher e assim de toda a sociedade. Uma sociedade que valoriza os direitos humanos não pode privar uma parte da humanidade destes direitos esta prática, desta forma, constituiria violação de direitos humanos.