Como se a culpa de nossos pecados estivesse presente em todos nós... Com os contos de veios da paixão, Lygia de Moura Rassi abre mais um caminho no universo que ela vem construindo, desde os idos de 80, quando estréia como poeta, em Vozes do Tempo. Nessa poesia primeira, já se manifesta a problemática que se revelaria central em sua obra: a consciência dos inevitáveis encontros/desencontros da vida, que só o tempo pode superar. A versatilidade de sua palavra criadora se revela mais uma vez no novo gênero escolhido: o conto. Os breves espisódios dramáticos ou lúdicos, reunidos em veios da paixão, obedecem às exigências do gênero, tal como surgiu em tempos arcaicos: brevidade formal; fusão do real concreto e evidente com o suspense de algo oculto que se revela em um final abrupto e supreendente. Em todos os contos, o que se encontra é um fragmento de vida que, por si só, revela o todo maior, do qual ele é simples índice.