Dividida em três partes as memórias, as histórias e as balelas, a obra O ranger dos dentes cor de espuma exalando flúor e eucalipto reúne um conjunto de poemas despretensiosos que parece querer buscar, por meio de versos livres e esteticamente simples e desafetados, equilíbrio entre um passado regurgitante, um presente não muito confortador e um imaginário voraz que tenta escapar através de alegorias surrealistas e anedóticas. O amor pela linguagem, a memória e a família são alguns dos temas desta obra de estreia da autora no universo da escrita poética. O ranger dos dentes cor de espuma exalando flúor e eucalipto nos coloca diante de um universo em preto e branco, mas constantemente redesenhado pela escrita poética, em cores fortes que parecem querer abraçar um realismo mágico quase cínico, quase trágico não fosse o humor melancólico de que são feitos os versos soltos e desenlaçados desta potente obra. Tendo como referência clara e explícita a escrita livre de Manuel Bandeira (...)