Neste livro René Girard indaga a reflexão religiosa mais poderosa sobre o sacrifício, a da Índia védica, reunida nos Brâmanas. Entre as concepções dos brâmanes e a teoria girardiana, há inúmeras coincidências surpreendentes, que não podem ser só fruto do acaso. Com as convergências, sem dúvida, há divergências; porém, longe de contradizer a teoria mimética, elas correspondem ao mínimo de ilusão sem o qual o sacrifício se torna impossível. Para que ele seja possível, primeiramente é preciso crer que a vítima original é responsável pela desordem mimética e, em seguida, através da violência unânime, pela volta à ordem. Portanto, há aqui um deus, acredita-se, que, depois de ter conduzido mal a comunidade, ficou com pena dela e ensinou-lhe o sacrifício.