A fragmentação do processo de trabalho no setor bancário pela via da externalização de atividades tem efeitos negativos sobre o conjunto da categoria, diminuindo seu poder de negociação com os empregadores frente às grandes transformações introduzidas tanto na reestruturação das empresas, pela via de fusões e incorporações, quanto no processo de trabalho, na adoção de novas tecnologias e na própria consequência da externalização, tratada no Brasil como terceirização. Este livro aborda com muita competência toda a complexidade deste processo (como a redução drástica dos postos de trabalho no setor e sua dispersão por outros espaços os correspondentes bancários que passam a prestar serviços antes atribuição dos bancos, tornando invisível a totalidade da nova configuração do sistema bancário) e de suas consequências sobre a organização sindical dos trabalhadores. Esta se vê frente ao dilema de se opor inteiramente ao processo de terceirização ou de buscar manter alguns benefícios no processo. Ou ainda, aceitar representar os interesses dos trabalhadores terceirizados, ou se opor a esse segmento? A leitura deste livro é oportuna e necessária, não só para os trabalhadores do setor bancário (internos ou terceirizados), mas para todos os assalariados que vivem, no atual momento da sociedade brasileira, sob a ameaça de perdas de direitos e de avanço da precarização das condições de trabalho e, consequentemente de vida, que a terceirização anuncia. Lorena Holzmann