Como superar as interpretações tradicionais e apresentar uma contribuição verdadeiramente original sobre um objeto aparentemente esgotado? Como conciliar a pesquisa histórica com o estudo da música, sem que um ou outro ficasse relegado a um lugar meramente acessório? Para dar cabo dessa missão hercúlea, Loque Arcanjo dispunha de uma sólida formação em história cultural, e também da experiência como músico e violonista. A elas somou-se o fascínio pela trajetória e produção de Villa-Lobos. Como Villa-Lobos, através de sua música, imaginou a nação brasileira? Que sentidos emprestou a ela? E como lançou mão das linguagens musicais e não-musicais que estavam à sua disposição para fecundar a sua imaginação musical ? Questões complexas que Arcanjo enfrentou, recorrendo aos métodos da história cultural: nos arquivos, vasculhou a abundante correspondência do compositor com os seus contemporâneos, localizou notícias e reportagens em jornais e revistas, rastreou entrevistas e depoimentos [...]