Este livro reconstrói a história da Mahdiyya, movimento político de caráter messiânico ocorrido no Sudão em fins do século XIX. Os sujeitos são, de um lado, missionários cristãos europeus e, de outro, muçulmanos que almejavam um Estado soberano, islâmico e pronto para resistir a uma postura colonialista do Velho Mundo. A autora, longe de adotar a perspectiva dos grandes agentes da política imperial, concentra-se em fontes primárias como a correspondência entre missionários, cuja atividade é aqui abordada como um projeto autônomo de dominação na tentativa de a Igreja recuperar o poder perdido com a ascensão dos Estados nacionais. A pesquisa oferece reflexões novas e instigantes sobre temas como escravidão, colonialismo, messianismo e governabilidade no mundo não europeu e desvela um relevante aspecto da história da África.