Antes de morrer, Dom Helder Camara pediu ao monge Marcelo Barros que não deixasse "cair a profecia", no sentido de manter acesa a chama do projeto de Justiça e Amor pregado por Jesus Cristo e encampado por ele, cujo sacerdócio se pautou pela defesa dos direitos humanos e por uma igreja inclusiva. No momento em que ocorre em Roma o processo de canonização do Dom, este livro, originalmente escrito há mais de duas décadas, tem como desafio impedir que sua figura seja despojada da face histórica de pessoa com qualidades e defeitos, sendo reduzida a uma imagem estilizada de santo barroco, longe da dimensão humana de sua vida concreta, e visto apenas pela dimensão espiritual, como figura num altar. Para o autor, a mensagem profética de Dom Helder continua poderosa à luz dos desafios atuais da Igreja e do mundo.