Com a sua escrita limpa, eciana, algumas vezes rebuscada, Fátima Quintas recria o clima que certamente dominou as casas grandes dos engenhos de nossa região açucareira, onde a figura do patriarca pairava acima do bem e do mal e as mulheres apenas compunham a paisagem. A Casa dos Fantasmas junta os cacos de uma família para qual nada é definitivo, as dúvidas de ontem são as incertezas de hoje, a individualidade de cada personagem se coloca mais forte do que os sentimentos cotidianos. Que estranha Casa é essa onde a figura misteriosa da avó reina acima do bem e do mal? Que segredos esconde aquele sótão misterioso que só serve para aguçar a curiosidade de uma menina rebelde e precoce, que não aceita as convenções como desculpa para o descaminhar da humanidade?