A associação das palavras corvos e noite no título do novo livro de Diego Vinhas é um prenúncio da atmosfera única desta obra: longe de utilizar a poesia de maneira escapista, o autor lança mão da construção poética a partir do caos e da iniquidade em que a humanidade se encontra submersa. A recusa em se esquivar de temas com alta carga de tensão reflete, nas palavras de Tarso de Melo, uma espécie de ‘câmara de ecos’, em que vozes de vários tempos e lugares, [] gritos, estalidos, ruídos, sirenes e o zumbido indiferentes de drones se misturam e reproduzem o atordoamento de nossa época, e arremata: Na teia dos versos truncados (e da poesia trincada) de Diego, tudo pode explodir a qualquer momento.