Já não é novidade a presença de discursos que tratam sobre a necessidade de atribuir maior protagonismo à extensão na formação universitária. Além disso, não faltam justificativas teóricas para que as universidades e suas comunidades direcionem-se para a construção de propostas pedagógicas que interajam, de alguma forma, com práticas extensionistas. De modo geral, a busca pela curricularização da extensão está na vanguarda do pensamento de renovação das estruturas pedagógicas universitárias, aparecendo ora como principal instrumento para a qualificação da formação acadêmica, ora como elemento de transformação paradigmática dessas instituições. Nesse contexto, a obra Extensão e universidade: a construção de transições paradigmáticas por meio das realidades sociais aborda o papel da extensão nas universidades, trazendo ao leitor um arcabouço teórico que discursa sobre a necessidade de dialogar com a extensão, operacionalizando a indissociável função das universidades que se expressa na tríade ensino-pesquisa-extensão. Para elucidar tal discussão, este livro aporta ao leitor algumas experiências realizadas pela Universidad de la República (Uruguai), que há mais de 40 anos vem construindo o processo de curricularização da extensão por meio da denominada proposta da integralidade e, com isso, desenvolvendo um modelo particular de avançar sobre o desafio de curricularizar a extensão. Mais que uma pequena mudança na organização da agenda de docentes e discentes, a curricularização da extensão oportuniza a emergência de possibilidades para a construção de transições paradigmáticas nas universidades. Com isso, surge a idealização de que essas instituições possam dialogar de forma mais direta com as realidades sociais, construindo agendas de pesquisas dedicadas a solucionar as problemáticas emergentes desses contextos e formando profissionais sensíveis às necessidades dessas sociedades.