Historiadores possivelmente descreverão o processo de impeachment de 2016 como a Revolta dos Coxinhas, a classe mais injustiçada pelo Partido dos Trabalhadores. Talvez os cidadãos do futuro, quando olharem para esse capítulo de seu passado, possam ter orgulho dos difamados coxinhas, que afinal começaram, ao longo dessa crise, a reconstituir a categoria política do povo brasileiro. Aqui tendes a partitura de uma interpretação política do Brasil moderno. No primeiro movimento, teremos uma quase crônica de momentos da crise, com epicentro em 2016, que alguns chamam de impeachment; outros, de golpe. No segundo volume, Behemot & Leviatã, esmerilhamos nossa chave de compreensão da crise, ou paradigma. No terceiro, Uma Revolução Congelada, discutiremos duas narrativas mestras, sobre os imaginários do jacobinismo e do bonapartismo, que operam em nosso cenário como melodias incidentais ou citações. Unindo os três movimentos, o mesmo questionamento: que novidade no Brasil deseja nascer; que tradição renovada, como “vinho novo em odre velho”, resiste e luta para não se aposentar?