manuscrito de João Daniel é considerado pelos historiadores, desde o século XIX, a principal fonte de informações sobre a Amazônia no período colonial. A versão manuscrita da obra tem 766 páginas, que se transformaram em mais de 1.200 páginas impressas (em dois volumes) nesta primeira edição integral e de ampla circulação, com apresentação do historiador paraense Vicente Salles. Dividida em seis partes, o manuscrito descreve minuciosamente a geografia, a história, os povos, as línguas, os costumes, as atividades produtivas, a flora e a fauna da Amazônia, além de comentar o processo de contato entre civilizações que então estava em curso. É um documento histórico único, até aqui restrito a poucos especialistas. Para José Honório Rodrigues, o texto de João Daniel é a mais importante fonte para o estudo da Amazônia no século XVIII, dotado de um imenso e preciso poder de descrição geográfica, natural e etnográfica. Para Serafim Leite, é a fonte mais genuína para a história geral do grande rio.