Em Punição e Racismo na passagem do Império para a República, são investigadas as condições históricas da estrutura(ção) do racismo na violência escravista e no aparato prisional entre o período imperial e o período republicano. Como um dos pressupostos teóricos é o fato de que o racismo é constituinte da formação social brasileira, uma análise da relação entre racismo e punição não pode deixar de questionar tal relação como uma expressão de uma formação punitiva que se organizou ao longo do tempo. No período estudado, o racismo se organizou como uma arquitetura configurada por e configuradora de uma representação e de uma socialização que expressaram uma forma de dominação, categorização e essencialização do negro por meio da punição e da repressão. Essa arquitetura se materializou regularmente nos corpos negros por meio de discursos, técnicas e afetos. E, ao mesmo tempo, os corpos, os discursos, as técnicas e os afetos moldados garantiram a reprodução da estrutura. Logo, (...)