Os diamantes são eternos. Assim como muitas das lendas por trás de sua descoberta, lapidação e comercialização. Há pedras que carregam mais do que o brilho perfeito. Elas levam séculos de história e cobiça. Em 1570, na Índia, começa a trajetória de uma das mais famosas gemas do mundo - o diamante Sancy. Com 55.232 quilates, essa jóia brilha numa trajetória de guerras, intrigas e ostentação, fragilidades e loucuras de monarcas, lordes e homens abastados que a possuíram, desejaram e mataram para obtê-la. Em 'O diamante maldito', a historiadora Susan Ronald refaz os caminhos dessa pedra e mostra como seu fascínio tem pouco a ver com o tamanho e a incomum coloração. O verdadeiro encanto do Sancy vem de quem o possuiu, quem o ambicionou, e de como ele influenciou o curso da história da Europa. Desde o final do século XIV até 1661, foi o maior diamante branco da cristandade, sempre provendo seu proprietário com a forma de riqueza mais segura e concentrada. Mais - Sancy tinha a fama de conferir invencibilidade àqueles que o possuíssem. Neste relato abrangente, Susan resume seis séculos de disputas das monarquias européias através da história de Sancy. As investigações para o livro mesclam trabalho detetivesco com pura pesquisa. Susan distingue fato de romance e analisa, cientificamente e com base em provas, o caminho mais provável que o Sancy seguiu em suas viagens desconhecidas ao longo de centenas de anos. A autora consultou especialistas em diamantes e arquivos na Suíça, Holanda, França, Alemanha, Itália, Lisboa e Londres, sempre no encalço dessa pedra espetacular. Pesquisando em fontes originais, soluciona de forma contundente a charada sobre seus dois desaparecimentos - o primeiro, por um período de 120 anos entre os séculos XVI e XVII; o segundo, logo após a Revolução Francesa. Susan explora, ainda, as origens da lenda sobre a maldição do Sancy e seus encontros com a nobreza. Ao longo dos séculos, o diamante adornou as coroas de vários reis franceses, e foi usado como um amuleto de sorte pelo rei Jaime I da Inglaterra. No século XV, foi perdido no campo de batalha por Carlos I, sendo recuperado por um soldado suíço, que o vendeu por 1 florim a um padre da Basiléia. No século XVI, a caminho do penhor que proveria fundos para a formação de um exército mercenário suíço, foi arrancado das entranhas de um infeliz mensageiro a serviço do rei Henrique IV, que havia engolido a jóia para ocultá-la de possíveis saqueadores. Conquistado e depois perdido por um rei de Portugal, e em seguida ambicionado por uma linhagem de monarcas espanhóis, o ardiloso Sancy foi perseguido por décadas pela rainha inglesa Elizabeth I, roubado do Museu do Louvre e escondido sob o assoalho de um sótão parisiense durante a Revolução Francesa, tendo um importante papel na meteórica ascensão de Napoleão ao poder.DIAMENTE MALDITODIAMENTE MALDITO