O livro Candomblé sem sangue? Pensamento ecológico contemporâneo e transformações rituais nas religiões afro-brasileiras é uma reflexão resultante de anos de pesquisas e vivências religiosas. Nele, o autor convida o leitor a compreender melhor alguns dos fatores exógenos e endógenos que têm influenciado o candomblé, a ponto de algumas lideranças religiosas começarem a revisar suas práticas rituais. Ao abordar o uso de folhas e de sangue nos rituais iniciáticos, o autor trata de uma guerra estabelecida entre Ossaim (divindade dos vegetais) e Exú (divindade do movimento, comunicação e dinâmica), guerra essa que envolve disputas por precedência nos ritos e centralidade nas explicações teológicas da religião. O modelo de candomblé que aboliu o sacrifício de animais, assumido no Brasil pela Dobana Boressa Mãe Solange Buonocore, no ano de 2017, tem suas raízes mais profundas na figura emblemática do babalaô Agenor Miranda Rocha [...]