Dividido em três partes distintas, este livro documenta a produção da artista plástica Maria Bonomi, desde seu início nos anos de 1950 até os dias atuais. A primeira parte reproduz integralmente a tese de doutorado de Maria Bonomi, 'Arte Pública - Sistema expressivo/anterioridade', defendida na ECA-USP. A segunda é composta por textos escritos pela artista, trechos de sua correspondência com outros artistas e agentes de cultura e, sobretudo, entrevistas que concedeu, as quais explicitam suas pesquisas, sua biografia artística e sua inserção nas artes brasileiras. Na terceira e última parte, Mayra Laudanna e Leon Kossovitch apresentam uma biografia da artista na forma de ensaio, que se aproxima do gênero crônica, em que se destacam aspectos relevantes da atividade de Bonomi, partilhada entre gravuras, esculturas, painéis, instalações, cenários e figurinos para peças teatrais, capas e ilustrações para livros etc. Sobre sua obra Epópeia Paulista, Maria Bonomi dá a seguinte declaração a Leila Gouvêa - "Esse painel se originou de uma reflexão que levei à última Trienal de Praga sobre a 'imaterialidade da gravura', tornada processo. Fui para o MAC-USP como artista-residente para desenvolver o painel e, de fato, lá o desenho foi posto em discussão, a própria composição do painel foi colocada coletivamente - colegas, artistas e estagiários visitantes tiveram acesso a todo o processo de composição, em seu âmago, em algum momento. Isto é, vi que o processo podia ser aberto, podia ser transferido a outros, que puderam compartilhá-lo. (...) A conclusão a que cheguei com essa obra coletiva é a de que todo mundo precisa fazer arte, todo mundo necessita de uma ação criativa."