Em "Fita Azul", escrito em 2010, o tempo e a construção da memória são protagonistas desta história, contada através de relatos de experiências de uma personagem feminina e suas recordações, nas quais o limite entre a realidade e a imaginação é relativizado. Para compor o enredo, o autor valeu-se de recordações próprias aliadas a histórias de familiares e de conhecidos. No entanto, não pretende ser um texto de memória, mas sobre a memória. O processo pelo qual fatos e sentimento criam-se, transformam-se e desaparecem. O autor rejeita a idéia que a realidade é o único modo de se enxergar o mundo. Em "Fita Azul", ele abre mão do que seja a versão definitiva dos acontecimentos, deixando a imaginação do personagem trabalhar sorrateiramente.