O nascimento da ideia de pessoa representou uma virada na história universal: o “princípio pessoa” integra e, de certo modo, dá fundamento ao “princípio responsabilidade” (Jonas) e ao “princípio esperança” (Bloch). O personalismo, que no século XX constituiu uma grande perspectiva em nível jurídico e político, está em risco pela dissolução materialista do humanismo. Precisamos de uma perspectiva fundamental, ontológica e ética, para não perder o rumo e para enfrentar os desafios deste tempo. Desafio político: o ser humano pode ser produzido por uma antropotécnica genética? Desafio da paz: se não deve haver guerras (Kant), o princípio pessoa pode gerar uma nova ordem e uma globalização política para além dos Estados? Desafio antropológico: não será talvez a noção de pessoa tão politicamente relevante quanto a ética?