Águas Profundas é um retrato fiel dos bastidores do poder. O livro traduz os pormenores da globalização sob um conjuntura ficcional sem, no entanto, que o leitor perca a sensação de dèja vu da realidade brasileira. O último baluarte da soberania nacional - a ENERBRÁS - é leiloado sob o crivo das autoridades governamentais, habituadas a um sistema de manipulação e clientelismo, sem qualquer vínculo moral e a mercê da impunidade. Situações e nomes se repetem ao longo do livro mesclando sentimentos e interesses contraditórios. O futuro do país se vê entregue à manobras de ilustres aproveitadores que somente nas cifras se mostram 'patriotas'. Sem querer impor uma verdade absoluta - o resgate do patrimônio público - Ilmar humaniza uma polêmica da qual depende o futuro das próximas gerações. Alguns personagens aparecem como 'salvadores da pátria', representando a esperança de reverter o lamaçal em que está mergulhada a fictícia política nacional, às vésperas de uma eleição.