Precursor a teoria do Contrato Social Aristóteles, já apresentara uma limitação do poder político. Se Platão deu à justiça um sentido ético ao estabelecer que ela é a virtude suprema, harmonizadora das demais virtudes, foi Aristóteles que lhe deu um sentido formal, estabelecendo uma distinção entre justiça distributiva e corretiva. O "Mestre de todos os Mestres" como lhe denominou Dante, afirmava a existência de um direito dos homens, que muda de lugar para lugar, mas também de um direito natural, cuja característica é apresentar a mesma força e estar em vigor em todo lugar, portanto é universal - igual ao fogo que por toda parte queima igualmente - é este direito que estabelece o que é justo ou injusto, independentemente do que pensam as pessoas. Sua fundamentação é ética e a ética é para ser vivida. Não se trata de mera teoria e sim um assunto de sabedoria prática, de virtude. Por mais que variem os enfoques filosóficos ou mesmo as condições históricas, os conceitos e os valores, há uma noção de ética que, embora absolutamente abstrata, parece ser imutável. Trata-se da distinção entre o bem e o mal. Agir eticamente é agir de acordo com o bem. Foi o século XX, que malgrado os inúmeros horrores produzidos, nos deixou como herança a concretização de valores nobres como a questão dos direitos humanos, da cidadania, da democracia. Mas o século XXI apresenta novos desafios. Os conflitos armados, a degradação ambiental, a insegurança generalizada, a falta de valores que gera violência, miséria, fome, injustiça e morte têm nos demonstrado nos últimos anos a necessidade de se resgatar os valores éticos para a concretização da justiça, como medida imperativa para a própria sobrevivência do gênero humano. Daí a importância da presente obra. Adroaldo enfrenta com coragem e determinação a questão da ética e da justiça, valores tão ausentes nos novos tempos.