Ódio, amizade, namoro, amor, casamento é uma reunião de nove contos, marcados pela ótica intimista de Alice Munro. O primeiro deles, que dá nome à obra, relata a história de Johanna Parry, mulher comum em conflito com a própria aparência que parece fadada à desilusão amorosa, mas que ironicamente acaba unida a um homem pelo acaso. Em Ponte flutuante, Jinny recupera-se de grave enfermidade enquanto se deixa seduzir por um adolescente, em momento de inigualável poesia. Mobília de família, por sua vez, traz o perfil de Alfrida, tia masculinizada e moderna que é admirada pela sobrinha - com quem corta relações quando esta última a torna personagem de livro, relatando uma tragédia pessoal da tia. A pitada de sarcasmo está em Conforto, conto no qual Nina busca encontrar um bilhete de despedida do marido Lewis, cético suicida que despertara a ira dos religiosos da cidade. A supremacia do destino parece controlar a vida dos personagens e, sob a superfície delicada de certas situações, revela-se a mais pura crueldade, como ocorre em Urtigas. Aliada à imprevisibilidade constante de suas histórias, à capacidade de descrever acontecimentos banais sem que eles resvalem no lugar-comum e a compreensão do universo feminino fazem de Alice Munro um dos nomes mais importantes da literatura canadense. A crítica. Os críticos do jornal The New York Times elegeram Alice Munro como uma das mais importantes "praticantes da arte de escrever contos", afirmando que "suas histórias têm a intimidade de um álbum de fotos de família e a sensualidade da vida real". Já o periódico especializado Publishers Weekly registrou que "as obras de Munro são verdadeiros clássicos modernos".