Na mira de um século da semana de 22, esbarro na experimentação poética de Virgílio Magalde Azevedo, neste É proibido falar de amor. Começo citando-a não por acaso, já que o poeta carioca, em sua possibilidade e descobrir antropofágico, mergulha num desbocar linguístico que Oswald de Andrade nos escancarou há exatos cem anos. Entre denúncias, protestos, piadas, Virgílio mescla vozes das primeiras gerações do modernismo, ao concretismo, neoconcretismo, geração mimeografo e outras tantas vozes deste hoje, a arquitetar o seu dizer. Em cinco partes (Tragédia, Comédia, Drama, Ficção Científica e Des-créditos), apresenta de forma ácida e aberta inúmeras nuances desses dias, interseccionando vozes Drummond, Bandeira, Leminski, irmãos-Campos, Gullar, e este cearense que vos fala, cartografando dizeres inquietos às ruas, às redes (que apenas lá não cabem) e se espatifam por novos gritos, novos ditos, descortinando outras vistas eis a poesia. Afirmando ser proibido falar de amor, (...)