com base numa documentação escrita, composta por textos de jornais e relatos de ex-combatentes de guerra, a autora constrói uma narrativa sobre o cotidiano dos paulistanos durante a revolução constitucionalista de 1932. procurando compreender qual seria o lugar dos trabalhadores em um movimento definido pela historiografia tradicional como burguês. excluídos da memória histórica sobre 1932, tanto pelo discurso das elites burguesas quanto pelos textos da historiografia brasileira produzida até meados dos anos 70, os operários aparecem nas lembranças sobre a revolução constitucionalista de forma ambígua: ou como grupo que se negaria a contribuir com o movimento – como descrito por luís carlos prestes em seu relatório para o partido comunista brasileiro – ou como um grupo que, iludido pela ideologia dominante, lutou numa guerra que não era sua – na descrição de holien bezerra. resgatando as falas de vários grupos, interesses, veículos e personagens envolvidos nesse processo, a autora parte em busca de um ponto de equilíbrio que nos permita compreender melhor as dimensões desta relação ambígua entre ação consciente e dominação.