Estas páginas compõem-se de uma série de reflexões sobre a Paixão de Cristo que se detêm em diversas cenas da Via-Sacra. Muito originais e contundentes na forma e no conteúdo, podem libertar o leitor dos clichês em que se cai por vezes na meditação dos sofrimentos de Cristo. Contempladas de longe, essas cenas de dor comovem; vistas de perto, sacodem-nos e, na medida em que nos tornam protagonistas, induzem-nos poderosamente a uma revisão de vida, à compreensão da dor e da gravidade do pecado. Sentimo-nos mais um entre a multidão que grita: "Crucifica-o! Crucifica-o!" É que, como diz o autor, não se pode preferir Barrabás sem condenar Jesus, por muito que não o pretendamos. Mas a morte de Cristo - a nossa própria morte cotidiana para o transitório e inconsistente - é caminho para a Ressurreição: "Hoje estarás comigo no Paraíso". E ouviremos com imensa alegria: "Vinde, benditos de meu Pai".