Aproximando-se dos sentimentos básicos da existência com um olhar de espanto, Spinelli faz lembrar, mas só de leve, Alberto Caeiro do “Guardador de rebanhos”, Mário Quintana de Sapato Florido, o lirismo sem afetação de Manuel Bandeira e, talvez acima de todos, a ternura que transmitia em cada verso o grande poeta, também gaúcho, Paulo Hecker Filho, em sua permanente perplexidade apaixonada pela vida, diante de uma criança, de um sorriso, de uma mulher bonita, do amor. É esse espanto, esse prazer de existir e de gostar das coisas, a grande força da poesia de Alexandre Spinelli.