Após a recuperação, nas últimas décadas, dos textos de Qorpo-Santo, a crítica moderna no Brasil, por razões várias, relacionou conteúdo inusitado desta obra com o repertório das dramaturgias modernas do Teatro do Absurdo e/ou de vanguarda. Aprofundando estas referências, por uma análise de linguagem e de procedimentos, Eudinyr Fraga revê estas colocações, que se tornaram correntes na atualidade, e mostra que se há afinidades com a vanguarda teatral – e elas de fato existem – o parentesco mais orgânico seria com o Surrealismo. Qorpo-Santo: Surrealismo ou Absurdo? é, porem, não apenas uma contribuição para o debate crítico de parentescos estéticos, mas também um exame detido do modo de pensar e construir teatro, de uma das figuras mais singulares da dramaturgia brasileira: Qorpo-Santo.