O tema sepse invoca a especialidade da Medicina Intensiva de forma quase maquinal. Está para o intensivista, assim como a doença coronariana está para o cardiologista, ou o diabetes mellitus para o endocrinologista. Representa a rotina da especialidade, já que uma copiosa e diuturna parte do esforço e dos recursos de uma UTI concentra-se na condução de pacientes acometidos por essa entidade. Além disso, os custos econômicos e sociais associados à sepse são superlativos. Essa conjuntura exige e justifica a inquieta e abundante pesquisa científica por compreensão e tratamento empreendida nos últimos anos, assim como os esforços governamentais e das associações científicas em aspergir o conhecimento adquirido entre os profissionais de saúde. Tal mobilização rende seus frutos: o entendimento fisiopatológico da sepse nunca foi tão abrangente e a "Campanha Sobrevivendo à Sepse" e suas diretrizes, recentemente atualizadas, são um exemplo desse esforço. No Brasil, o ILAS (Instituto Latino - Americano de Sepse) e a AMIB têm mantido uma parceria construtiva desde a fundação do Instituto no sentido de promover ações de ensino, atualização e pesquisa. Vislumbrando esse contexto, as Clínicas de Medicina Intensiva Brasileira não poderiam deixar de incluir, entre seus volumes, um que tratasse exclusivamente desse importante tema.