"Ronaldo Correia de Brito está forçando nossa literatura a mudar." - Correio Braziliense Em Estive lá fora, Ronaldo Correia de Brito retoma o fio de memória deGalileia para compor um enredo inovador, sem equivalentes na produção brasileira atual. Do alto da ponte da Madalena, no Recife, Cirilo observa as águas lamacentas do Capibaribe. Está pronto para pular; é a segunda vez em quatro anos que vai até lá e, parado na borda, observa os caranguejos das margens. No entanto, algo o faz mudar de ideia. Ao perambular pelas ruas dilapidadas do centro, o leitor aos poucos passa a conhecê-lo. Cenário de pleno regime militar, no final dos anos 1960. Recife é uma cidade violenta. Cirilo está prestes a terminar o curso de medicina, mas a opressão que sofre de colegas e professores não mudou em todos esses anos. Escreve à mãe cartas angustiadas, e seus relacionamentos na cidade são instáveis. Geraldo, o irmão mais velho, é um líder estudantil cheio de certezas e ideais; está desaparecido, e o pai, que acompanha sua trajetória à distância, recolhido na fazenda da família, espera o pior. Cirilo deve encontrar o irmão; quer vê-lo, mas teme não ser compreendido quando se defrontarem. Ao narrar sua história, Ronaldo Correia de Brito retoma o fio de memória de Galileia para compor um romance inovador, tanto no aspecto estilístico quanto no temporal. Apesar da tragédia que marca a vida dos personagens principais, Correia de Brito frisa que o novo romance não é um livro sobre o golpe militar, mas principalmente sobre a relação entre familiares diante da insegurança, do medo e da incerteza diante do futuro.