Classificar o livro de Josinaldo Malaquias, nos termos das especialidades disciplinares correntes, afigura-se tarefa fadada ao fracasso. Parece, à primeira vista, de obra exclusivamente identificada às pesquisas que elegem os fenômenos da violência como temas privilegiados de compreensão da sociedade contemporânea. O volume de trabalhos sobre a violência e os seus lugares de manifestação mais expressivos, como é o caso do contexto prisional, está a demonstrar a centralidade do fenômeno no mundo em que vivemos, mas, sobretudo, revela-se como sintoma social dominante. Nos termos do autor deste livro, 'a prisão pode ser analisada como um metarrelato e o grande projeto teleológico da modernidade. Com essa afirmação, já se explicita o escopo analítico da obra, certamente encontrável em textos correlatos que tecem os liames entre violência, sociedade disciplinar e a modernidade capitalista.