Quando descobri que estava com hepatite C e me dei conta da gravidade da doença, percebi a encruzilhada que se abria à minha frente: entregar-me ao desespero, correndo o risco de comprometer um tratamento que me mostrava uma chance de cura, ou partir para a luta, a persistência e a fé. O medo dessa doença desconhecida e dos mitos que a cercam levou-me a estudar, pesquisar, procurar entender, enfim, o que estava acontecendo comigo. Dediquei-me com todas as minhas forças a esse trabalho e, sobretudo, à busca de recursos dentro de mim mesma. Passei a frequentar grupo de apoio virtual, comunidades cujo objetivo era o mesmo: a busca da cura, a troca de experiências, o apoio mútuo, o esclarecimento. Aprendi muito. Muito tenho ainda de aprender.Há no mundo, atualmente, cerca de 170 milhões de pessoas infectadas por esse vírus. No Brasil, são mais de 3 milhões. Isso torna a hepatite C, doença para a qual ainda não existem vacinas, um dos maiores problemas de saúde pública. Há necessidade de muito mais programas de prevenção e divulgação. Mas, de qualquer modo, a porcentagem de cura está aumentando. Novos medicamentos estão surgindo. Estou curada há seis anos. Mas continuo na luta contra a hepatite C, pensando nas pessoas que ainda não conseguiram se livrar desse mal, e também naquelas que podem vir a contraí-lo. Com todas elas quero compartilhar minhas experiências e os conhecimentos que adquiri. A elas dedico este livro.