Quando recebi o convite de Caio Monteiro para falar deste trabalho, que acaba de virar livro, fiquei extremamente feliz, mas, ao mesmo tempo, apreensivo sobre o que poderia dizer acerca de uma obra tão forte e que propõe novos olhares sobre A Família [desqualificada] em um momento como este que vivemos no Brasil momento de retrocessos sociais e reacionarismo acerca da exaltação de uma família tradicional. Por outro lado, tomei o convite como uma possibilidade de exaltar a potencialidade que a temática debatida por Caio tem para o nosso cotidiano atual: como a matriz colonial do poder e a modernidade/colonialidade, com todas as suas lógicas de violência e estruturação por marcadores identitários, operaram (e continuam a operar) em nossa sociedade; como a ideia de família (tradicional?) foi instituindo-se no imaginário e no real a partir da ideia de raça, ciência, classe, sexismo e políticas higienistas de embranquecimento da sociedade brasileira; e, por fim, como Caio, ´...]