Desde a infância, aos dez anos de idade (dezembro de 1961), quando fiz minha primeira viagem entre Almenara e Belo Horizonte, em companhia de meu pai, margeando o Rio Jequitinhonha, ora ao largo dele, ora distanciando um pouco de seu percurso, mas sempre tendo-o por perto ao largo da BR 367, tenho procurado as águas do lendário rio. Essa primeira viagem deu início a uma sequência de inúmeras outras que tenho feito ao longo da vida, compondo encontros e reencontros com o Rio Jequitinhonha o meu universo mítico. Refiro-me, inclusive, às viagens feitas de sua nascente, que brota na Serra da Pedra Redonda, integrante do Maciço do Espinhaço, no Município do Serro (MG), até sua foz oceânia, em Belmonte (BA) um mundo, que abarca o nordeste mineiro e parte do sul da Bahia: a minha região de origem, que procuro descrever em Um Viajante do Jequitinhonha.