Em 'História, metodologia, memória', Antonio Torres Montenegro - um dos responsáveis pela criação da Associação Brasileira de História Oral - dialoga com a historiografia anterior e posterior ao golpe civil-militar de 1964. Ao trazer à tona os debates acerca das teorias do fazer historiográfico, o livro apresenta fontes históricas de diversas naturezas para explicitar as tendências metodológicas. Dessa forma, o autor ensina como usar os relatos memorialísticos e consegue tirar deles o essencial, aquilo que projeta os significados dos atos e das palavras. Através do trabalho com relatos orais de memória, Montenegro reflete sobre a produção da inteligibilidade histórica e sobre o uso desses relatos atentando para a relação entrevistador/entrevistado e para as possibilidades de sentidos obtidos. A pesquisa sobre documentos escritos é contemplada na análise de arquivos do antigo Departamento de Ordem Política e Social de Pernambuco (Dops-pe), de onde foi possível obter, após sua transferência para o Arquivo Público Estadual, material procedente dos dois lados que antagonizavam durante o período ditatorial - entidades de esquerda e o próprio Dops.