O livro que o leitor tem em mãos é dedicado ao conceito de tempo histórico em Walter Benjamin e está organizado em oito capítulos que gravitam em torno da problemática do tempo na modernidade, investigado a partir de uma dupla trajetória: a primeira percorre a obra de Benjamin como leitor das diferentes tradições da cultura do século XIX e XX, que problematizaram esta questão, dedicando um conjunto de capítulos para as leituras benjaminianas de Blanqui, de Baudelaire, de Marx e do marxismo, de Bergson e de Proust; a segunda trajetória percorre a discussão de importantes problemas temáticos associados ao objeto do livro e aborda as célebres Teses sobre o conceito de história, a questão da mística judaica e da linguagem, a educação e a concepção do capitalismo como religião. Este conjunto de leituras e análises tem como fio condutor explicitar a crítica benjaminiana da concepção de tempo linear, contínuo e homogêneo, manifestada nas diferentes ideologias do progresso e presentes tanto nas diferentes manifestações do historicismo burguês como também na social-democracia alemã. A leitura de Anita remete também à reflexão sobre o sujeito na modernidade e a possibilidade da experiência, outros temas caros da reflexão benjaminiana.