Densa poesia nas ruas dessa "cidade cinzenta" que você nos apresenta. Intensa e selvagem concretude onde "os versos saem aos pulos". Contrastante absurdo que só poetas como você podem desvelar. Alma sensível, arguta, capaz de capturar nuanças e evidências com palavras; como se fossem, rede. (Ângelo Reis) Nadia Rockenback tem um estilo sofisticado que encanta com facilidade. Além disso, tem o fato de ser imprevisível, que é uma qualidade indispensável à literatura. Por esta razão, seus textos permitem leituras variadas, de acordo com a profundidade que o leitor se permitir mergulhar. (Elias Daher Jr). Em a "Cidade Cinza" de Nadia J. Rockenback há mais luzes que escuros de cinzas. Mas os escuros são necessidade da luz. Seus versos são luz que precisou do cinza da cidade para se mostrar. Deixando "às sílabas, o molde do pensamento..." e não se negando ao molde delas, faz fluir tão bem pensamentos como estes: "Gosto quando as palavras não giram no próprio umbigo." "E a cidade brinca com os andaimes... Sinônimos de retidão?" "O homem precisa ser o que se costuma dizer?... Acredito que a falha está em não saber onde esconderam as suas sandálias firmes." E as há? Sabe-se do homem? Nádia sabe e não sabe como o mostram as perguntas que faz em versos: "Falar da cidade cinza é falar do homem cinza?... Quem sabe, de fato, Quem faz parte de quem?" Quem é "sapiens"? Quem é "demens"... A cidade ou o homem?... Conceituá-los, ainda, não sei.