Ao publicar Rua de mão única, em 1928, Walter Benjamin sinalizou uma guinada em sua carreira, deixando para trás as convenções da vida acadêmica e partindo para uma experimentação intelectual que surge na própria forma do livro, constituído de 60 textos breves inspirados pela vivência na metrópole moderna, onde as normas literárias são substituídas por imagens do pensamento. A obra é dedicada a Asja Lacis, a militante de Riga e diretora de teatro por quem Benjamin se apaixonou nos anos 1920 e que muito o estimulou na época, aproximando-o das vanguardas artísticas alemãs e soviéticas, como assinala Jeanne Marie Gagnebin na introdução ao volume. Completam a edição dois textos de Asja Lacis, que abordam o período em que se conheceram em Nápoles e Capri, um deles redigido com o próprio Benjamin, além de três resenhas de Rua de mão única assinadas por Siegfried Kracauer, Ernst Bloch e Theodor W. Adorno.