A linguagem literal é insuficiente para dar conta das emoções, razão pela qual costumamos falar delas por meio de metáforas e metonímias. Assim, existem em nossa língua inúmeras expressões figuradas convencionais para as emoções. Genericamente, elas não são idiossincráticas, ou maneiras ensimesmadas de contemplá-las. Podemos classificar, conceitualmente, as expressões que identificam uma dada emoção em grupos ou sistemas, porque muitas delas bebem de uma mesma fonte, tendo sido geradas por idênticos esquemas de pensamento subjacentes, chamados de modelos cognitivos. É o que se faz neste livro, com as emoções raiva e entusiasmo, mediante uma abordagem lexical, dentro do campo da semântica cognitiva. Para melhor situar o tema, a primeira parte contempla a linguagem figurada convencional, com destaque para um minucioso estudo a respeito de expressões idiomáticas. Tendo em vista a escassez de material teórico nessa área, esse segmento se qualifica também como uma importante fonte de referência, que pode ser consultada de maneira independente.