"""Senhoras e senhores, é um prazer inenarrável estar na presença de vossas senhorias. Espero que estejam apreciando o clima russo, porque vocês se lembrarão desse dia. Senhoras e senhores, a cada dia ficamos mais velhos, porém mais ricos. Há quem diga que o dinheiro não pode atrapalhar e mudar certos caminhos da vida, como a morte. Porém, o que vou mostrar a vocês é que isso é um pensamento arcaico. Durante anos trabalhei na convicção de que só vive para sempre aquele que marca seu nome na História. E isso é fato. Só vive para sempre quem marca o seu nome na História. Por exemplo, Aristóteles, que viveu há mais de dois mil anos, é mais vivo, é mais lembrado, mais estudado e mais desejado do que muitas pessoas presentes nessa cidade. Por quê? Porque ele marcou a nossa História. Mas como podemos falar de História se a cada dia nos lembramos menos dela? Todos aqui presentes estamos, a cada segundo, ficando dementes... A história de Carlos Emanuel é, na verdade, uma sinfonia harmônica de perspectivas a respeito de concepções já conhecidas. Nela, Carlos enfrenta a morte, questiona paradigmas e sofre as consequências de se tornar um dos homens mais influentes da era contemporânea. Ao mesmo tempo, precisa lidar com o fruto de uma de suas felicidades mais complexas: Amanda. Entre comprimidos de Paleozan e bebidas destiladas, Carlos é glorificado pelo Governo Canadense, conhece as Leis de Fílipe e descobre o preço de uma memória. Mas e se tudo estivesse interligado? Bom, você diria que estou delirando."