Ao seu tempo, dentro do tempo da memória e nas frestas de sentido, há uma condição intrínseca que permeia as representações visuais: a imagem é uma condição superlativa que designa um movimento de controle e ao mesmo tempo de abertura nas interpretações sobre um acontecimento histórico. Quando esse registro se equilibra em uma linha difícil sobre uma condição terrível de imaginar, uma das perguntas que se podem fazer é se elas são suficientes para tecer o fio da memória e ajudar a articular o passado em suas múltiplas possibilidades interpretativas. As imagens, procedentes de registros arquivísticos e do ensejo das formas artísticas (filme e fotografia), são pontos centrais nessa discussão. Elas não podem ser interrompidas jamais, e devem seguir insurgindo com força quando se discutem as ressonâncias imagéticas no espaço fílmico e fotográfico sobre o Holocausto. No caso deste livro, elas são centrais, como gestos em constante urgência de ressignificação, para se lutar contra todas as formas de apagamento.