“Árvores abatidas” é um passaporte perfeito para o denso universo de Thomas Bernhard. O ponto de partida para a narrativa, na verdade uma dissertação de um personagem arredio como o próprio escritor, é o convite feito pelo casal Auesberger, para um assim chamado “jantar artístico”. A partir das repetições de palavras, do ritmo sôfrego, angustiado, e sublime, que flui a narrativa de um mestre da literatura do nosso tempo. Ao morrer, em 1989, aos 58 anos, o escritor austríaco Thomas Bernhard não poderia esperar que, um ano depois, sua obra fosse reconhecida como uma das mais marcantes do século XX. Na França, o lançamento de seu último romance, chegou a figurar nas listas de mais vendidos. Nos EUA, o conceituado The New York Review of Books, dedicou nada menos que nove páginas de uma edição para esmiuçar os livros e peças do autor, profetizando que, num futuro bem próximo, não haverá universidade americana que não disponha de pelo menos uma tese sobre Bernhard.