Ordens de despejo. Plano de saúde vencido. Emergências rotineiras na vida dos cronicamente pobres começam a se tornar dificuldades de pessoas de classe média. Gente tida anteriormente em boa situação - com diplomas universitários e ex-ocupantes de cargos burocráticos de nível médio - cada vez mais engrossa as fileiras dos economicamente atribulados. Em DESEMPREGO DE COLARINHO-BRANCO, a ensaísta, feminista e crítica social Barbara Ehrenreich analisa o fenômeno da migração entre classes. Histórias sobre a decadência dos colarinhos-brancos transitam em um universo completamente diferente do que estamos acostumados. Nada têm a ver com más escolhas: a falta de formação acadêmica, uma gravidez não-planejada. Muito pelo contrário. DESEMPREGO DE COLARINHO-BRANCO mostra que eles seguiram um plano bem traçado para se tornarem cidadãos-modelo. Conquistaram os títulos universitários mais altos, estagiaram em firmas prestigiadas, sacrificaram a vida pessoal e entraram na Meca do emprego moderno, o mundo corporativo. Mas por que estão sendo expulsos da terra prometida? Barbara entra disfarçada neste universo - recurso também utilizado por ela no clássico Miséria à americana -, ocultando sua identidade de repórter, e arranca respostas para as perguntas que atormentam a classe média: O que é preciso para encontrar um novo emprego? E se tudo estava tão difícil, por que não havia protestos? Equipada com uma nova identidade e um plausível currículo de profissional "em transição", ela tenta aterrissar em uma vaga no mercado de trabalho. E traçar um perfil do desempregado de classe média. Sua repentina suscetibilidade à depressão, ao divórcio, às drogas e até ao suicídio.